Dormir bem se tornou um luxo.
Entre telas, trabalho, preocupações e a correria diária, o brasileiro está dormindo cada vez menos — e isso está afetando não só o corpo, mas também a mente.
Pesquisas mostram que o país vive uma epidemia silenciosa de privação de sono, com impacto direto na saúde mental, no humor e na produtividade.
O Brasil entre os países que menos dormem
De acordo com um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mais de 65% dos brasileiros dormem menos de 7 horas por noite, e um em cada três apresenta sinais de insônia ou distúrbios do sono.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já classifica a falta de sono como um problema de saúde pública, associando-a ao aumento de casos de depressão, ansiedade e doenças cardiovasculares.
A rotina acelerada, o uso de celulares antes de dormir e o excesso de luz artificial são os principais vilões do descanso profundo.
O cérebro em modo de alerta constante
Durante o sono, o cérebro realiza processos fundamentais de limpeza, memória e equilíbrio emocional.
Quando dormimos mal, essas funções são interrompidas, deixando o cérebro em estado de alerta contínuo.
O resultado: irritabilidade, dificuldade de concentração e um aumento significativo do estresse.
Um estudo publicado na revista científica Nature Neuroscience apontou que a privação de sono reduz a atividade das áreas cerebrais responsáveis pela empatia e controle emocional, tornando as pessoas mais reativas e ansiosas.
As consequências a longo prazo
A falta de sono afeta muito mais do que o humor.
Com o tempo, ela aumenta o risco de doenças graves, como hipertensão, obesidade, Alzheimer e depressão.
O corpo também sofre: o metabolismo desacelera, o sistema imunológico enfraquece e a regeneração celular é comprometida.
Dormir pouco não é sinal de produtividade — é um atalho para o esgotamento físico e mental.
Como recuperar o sono perdido
Médicos especialistas em medicina do sono indicam pequenas mudanças de rotina que fazem grande diferença:
- Estabelecer horários fixos para dormir e acordar;
- Reduzir o uso de telas uma hora antes de deitar;
- Evitar cafeína e refeições pesadas à noite;
- Criar um ambiente escuro e silencioso;
- Praticar relaxamento ou meditação antes de dormir.
Essas medidas ajudam o corpo a entender que é hora de descansar — e a mente, a desacelerar.
Dormir é um ato de autocuidado
Em um mundo que valoriza o ritmo acelerado, dormir bem é um ato de resistência e amor-próprio.
O descanso é tão importante quanto a alimentação e o exercício físico.
Cuidar do sono é cuidar da saúde mental, da memória e da energia para viver com equilíbrio.
Porque, no fim das contas, quem dorme bem, vive melhor.