A espiritualidade pode ser uma forma eficaz de prevenção do suicídio, segundo alguns líderes religiosos. Embora muitas instituições religiosas tenham historicamente focado nas consequências espirituais do ato, elas estão começando a reconhecer a importância de falar abertamente sobre o assunto e oferecer apoio aos seus seguidores que estão passando por momentos difíceis. No entanto, é importante destacar que ser religioso não garante imunidade contra o comportamento autodestrutivo e o desejo de acabar com a própria vida.
O pastor Wagner Dorta, da igreja A Casa da Rocha, que é especializado em Suicidologia pela USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), prefere utilizar o termo “espiritualidade” em vez de “religião”. Ele acredita que a espiritualidade saudável e o reconhecimento do propósito da vida são ferramentas importantes na prevenção do suicídio. O pastor e teólogo Batista Diego Florêncio concorda, acrescentando que uma espiritualidade integral, que envolve o corpo, alma e espírito, sem divisão, pode ajudar a restaurar a psique e a tratar doenças.
No entanto, o pastor Batista também alerta que a religião pode ser um fator que leva ao desespero e à doença mental, e cita exemplos de pastores que se suicidaram ou tentaram acabar com a própria vida porque sentiam que a religião era um fardo, não um alívio. Portanto, é importante reconhecer que a religião não é necessariamente uma solução para todos os problemas emocionais e psicológicos.
Um estudo realizado pela Unicamp revelou que 17% dos brasileiros já pensaram em suicídio em algum momento, e 4,8% chegaram a elaborar um plano para isso. A OMS alerta que o suicídio é uma das principais causas de morte no mundo e que 90% dos casos podem ser prevenidos com ajuda voluntária ou profissional.
É importante que as pessoas que estão passando por momentos difíceis busquem ajuda e que as instituições religiosas reconheçam a importância de falar abertamente sobre o suicídio e oferecer apoio emocional e profissional aos seus seguidores. A igreja A Casa da Rocha, por exemplo, conta com uma equipe de psicólogos, médicos e psiquiatras parceiros para ajudar aqueles que estão em fase de vulnerabilidade emocional.