De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), 77,5% das famílias brasileiras estão com dívidas – em atraso ou não. Essa é a maior proporção de endividados desde 2010, quando essa pesquisa começou a ser realizada. Em fevereiro, esta taxa era de 76,6%. Em março de 2021, de 67,3%.
Além disso, no trimestre encerrado em fevereiro de 2022, a renda média dos brasileiros registrou o menor patamar médio em 10 anos. Pesquisa do IBGE aponta que o ganho médio no último ano foi de R$ 2.511. Um ano antes, esse valor chegava a R$ 2.752.
Além do aumento da inflação (que fechou em alta de 10,06% em 2021, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), outro fator importante que explica tal endividamento foi o aumento das taxas de juros médias nas linhas de crédito (que passaram de 39,4% para 46,3% entre janeiro de 2021 e 2022).
As formas de endividamento mais registradas foram: empréstimo consignado, cheque especial, carnê de loja, prestação de carro e, principalmente, no cartão de crédito.
Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (entidade que realizou a pesquisa sobre inadimplência), não há previsão de melhora deste quadro a curto prazo. Isso ocorre pois ao menos 10,5% dos entrevistados não tem condições de pagar suas dívidas.
Outro dado relevante trazido por esta pesquisa é que o endividamento cresceu independentemente da faixa de renda. Contudo, ele foi mais intenso entre os mais pobres (77,8%) em comparação aos mais ricos (72,2%). Essa pesquisa é feita a partir de entrevistas de 18 mil pessoas em todas as capitais e no Distrito Federal.